Depois de muita reclamação e pedidos desesperados por um post, misturados a minha vontade de relatar o que anda se passando pela minha vida nesses tempos, vamos ao tema de hoje.
Vocês devem estar se perguntando o por que deste tema ao invés de relatos sobre o sudeste da Ásia, por onde estive nos últimos quase 2 meses, e eu explico o insight que me levou a pensar sobre este assunto e a me identificar com ele.
Há dois dias atrás estava na minha aula de mergulho nas ilhas Gili – em Lombok, um dos distritos da Indonésia mais próximos de Bali, paraíso perdido, água turquesa, areia branquinha, corais por todo lado e uma vibração diferente da que tinha encontrado até então pelo caminho - quando me dei conta da quantidade de estrangeiros, principalmente italianos (incluindo meu instrutor de mergulho) que haviam abandonado suas vidas nos seus países de origem e resolvido adotar Gili Trawangan como seu lar.
“Sabe aquela sensação de aperto no peito, uma coisa meio estranha que a gente sente quando acorda de manhã e se dá conta que tem um monte de problemas pra resolver e coisas pra fazer, enfrentar trânsito, encontrar gente com pressa e agressividade no caminho, o que nos contamina e nos deixa ansiosos e tensos... aqui não existe isso! Aqui eu não morro de alegria porque é sexta-feira e não morro de tristeza e angústia porque é segunda-feira. Aqui toda segunda-feira é muito bem-vinda.”
Caramba, como esse cara tem razão... me peguei pensando na minha vida nesse exato momento, na minha escolha em não ter notícia alguma do mundo desde o dia em que saí de casa e da sensação de que não preciso de nada disso pra viver. Na sensação de não ter assistido televisão quase 100% do tempo e de saber que o Jornal Nacional não me interessa mais. Não quero ver e ouvir desgraças que vendem publicidade e me enchem de merda na cabeça e culpa por existir. Quem foi que falou que preciso disso e eu acreditei por tanto tempo?
Filha de pescador na Halong Bay, Vietnã. Nos apaixonamos! |
... é vou voltar pra casa diferente. Espero que diferente o suficiente pra me manter sem o aperto no peito que tanto aflige a boa parte desse mundo que subestima seu real valor. Não quero mais pra mim os contratos e formalidades que faziam parte da minha vida profissional e tampouco a velocidade do meu dia. Quero paz pra comer sentindo o gosto e o cheiro da minha comida. Quero alegria pra sorrir de manhã e agradecer pelo fato de estar viva e saudável. Quero ser capaz de ajudar meus amigos e todos aqueles que me solicitarem a superar suas dificuldades e a acreditar que o mundo pode dar certo. Com a nossa pura e linda sintonia.
Bali spirit festival - pessoas em sintonia e boas vibrações |
Recém chegada à Índia, esperando pelo encontro com meu amor, de coração aberto pra viver intensamente tudo que meu destino mandar.
Muita luz, Camila
Por do sol em Cat Ba Island, Vietnã |
Camila, lembra o presentinho que ganhei de você quando a Marcelle ainda era uma pre-adolescente? Sabe o que aprendi? hahahah!! Não preciso correr atras dela até que meus pés fiquem cheios de calos e sedentos por um escalda pés... apenas precisei ensiná-la a caminhar com passos firmes. Exatamente o que você esta descrevendo agora... caminhar em passos firmes, sem sobressaltos, sem aperto no coração, sem julgamentos, conceitos e preconceitos.
ResponderExcluirA vida é linda, e cada ser carregado com sua história e energia, pode transformar a vida de tal forma que a torne vida de verdade...e isso é simplesmente a vida. Viver é fácil, viver é simples, viver é sentir e sentir, e perceber que nós somos o grande e verdadeiro milagre.
Adorei o seu comentário e espero, de verdade, poder ler muitos outros que transmitam a delícia de viver. Saudades. Ellen.
Que delícia ler esse post amigona!!!Que delícia que é viver com paz no coração...te desejo MUITA luz também e que você consiga perpetuar durante muitos anos nesse caminho!Te amo!
ResponderExcluirSaber viver sem esse aperto deve ser um aprendizado, quase que um renascimento. No estilo "esvazia a mente que ela vai cuidar de ser preenchida com muita luz e paz".
ResponderExcluirInveja boa dessa sua nova mente, viu... ;)
Bjs!
Cara, tô sem palavras. luz Camila luz, beijos
ResponderExcluirBeleza, tolerância, superapoio, abrir o leque do olhar para a multiplicidade do ser, desarmar o espírito para o entorno, cara, isso faz muito bem e eu tento little by little fazer isso com o meu cotidiano, mas a sua experiência pelo mundo me fez perceber como os acontecimentos dos últimos anos me fez me abrir para as pessoas na superfície e me fechar demais no que elas têm de mais pessoal e intrasferível, ao contrário de outros tempos. De fato, um mecanismo de defesa para o dia-a-dia. Quero sim tentar ter menos tensão nos ombros, e olha que eu não tenho horários, prazos imediatos, trânsito etc... mesmo assim é bom olhar para o mundo ao redor mas autoconhecendo o umbigo. Só uma parada, agora que você é uma iluminada e tal, hahaha, ainda pode achar graça das piadas mais idiotas que esse irmão desmiolado aqui tanto faz questão de repetir ou você vai olhar para mim e dizer, "ah, mongol!"?, hahahaha. Te amo, cabeçuda! Te vejo no mundo!
ResponderExcluirMais do que uma renovação mental e de vida essa trip esta te dando o principal que é escutar, ouvir e entender o espírito, aquilo que é a nossa essência, sem o qual seriamos apenas bonecos de carne e osso.
ResponderExcluirSempre me orgulhei muito da sua coragem e determinação e esse orgulho a cada dia triplica, pois sua coragem e determinação são realmente invejáveis.
Continue vivendo intensamente as coisa interessantes da vida e curta muito a presença do Brunão na India,quem sabe pinta até um subrinho fabricado na Ásia, ahahahahah.
TE AMAMOS DEMAIS E TE AGUARDAMOS ANSIOSAMENTE.
Já ia me esquecendo o Caio e a Anne sempre perguntam: "Papai onde a Tia Camila tá agora?"
e eu todo orgulhoso repondo cada vez um lugar diferente e mostro pra eles as fotos.